não, não tem problema, pode tirar o sapato.

(senta aí. tem coca na geladeira e cuca de quechimia no forno)

sábado, 3 de julho de 2010

acho que tinha uns 10 ou 11 anos quando fui fazer um curso de pintura em pano de prato. todas as meninas da cidade faziam e minha mãe achou adequado que eu também fizesse. as aulas aconteciam todas as tardes na sede do banrisul e a professora era a mesma que, durante as manhãs, dava aula de educação artística no são josé, escola que eu estudava. quero dizer com isso que ela já me conhecia, sabia que eu não era flor que se cheirasse e ficou muito espantada ao me ver na tal aula de pintura com um saco de panos de tecido embaixo do braço. o diálogo abaixo não aconteceu exatamente assim, mas foi alguma coisa nessa linha, alguma coisa que me deixou famosa entre os parentes e me tornou motivo de muita, muita piada...
- o que tu vais pintar, debora? os moldes vazados ficam todos ali na mesa e tu podes escolher, presta atenção na cor do bordado da borda e pinta alguma coisa que combine. tem flor, maçã, bule, pêra, coração, bacia, melancia...
depois de mais de meia hora...
- debora, a aula está quase terminando e tu ainda não começou teu pano. tá aí sentada com cara de paisagem...
- é que não quero pintar com molde.
- mas a tua mãe sabia que a aula era de pintura com molde e te inscreveu mesmo assim.
- mas eu não sabia e eu não quero pintar com molde.
- tudo bem, dona debora. o que tu quer pintar, então? hein?
- eu quero pintar um peixe enorme e escrever ao lado: tá nervoso? vai pescar.
*
*
*
não preciso dizer que aquela foi minha única aula de pintura em pano de prato, né? pois é.

3 comentários:

isabel alix disse...

Que história ótima!

Débora disse...

Veio na memória uma coisa que não lembrava mais... eu tinha aulas de "trabalhos manuais" na escola, lá pela quarta ou quinta série. Era isso, pintar panos, aprender tricô, etc...
Os meninos?? Iam jogar bola no pátio!
Que ódio!!!

Consuelo disse...

hahahaha, bem vi que pintar pano de prato não é tua cara.