não, não tem problema, pode tirar o sapato.

(senta aí. tem coca na geladeira e cuca de quechimia no forno)

quarta-feira, 10 de março de 2010

o cara do sovaco do arnaldo, ou pai do theodoro, como o cliente achar melhor...

tava pensando sobre esse bate-boca que rola por conta da participação do tal do dourado no bbb. uns odeiam, outros acham o máximo e tal. na real, se o cara é legal ou deixa de ser não me interessa, mas me encana um pouco o que uns dizem sob a bandeira de certos movimentos...

pode ser que eu esteja completamente enganado, mas os movimentos sociais(independente da causa) me parecem válidos durante o momento de total ignorância do assunto defendido. após isso, parece que o discurso perde sua naturalidade e urgência para virar chavão de gente mal-humorada.

tipo, o caso do dourado. toda essa discussão que rola pelo monte de bobagem que esse juca fala acaba elevando as asneiras que ele solta ao status de opinião, de ponto-de-vista. é incrível que tem gente oferecendo dinheiro grande para tirar o cara do programa, mas campanha para mudar de canal eu não tenho notícia.

eu vi escrito num cartaz de divulgação da passeata pela legalização da maconha a seguinte frase: "o que não pode ser discutido em uma democracia?" acho que a frase correta deveria ser: "o que uma democracia madura se dispõe a discutir?"

10 comentários:

join disse...

Adorei!
E pergunto mais: quem seleciona o que pode ser pensado numa democracia? Entendo a luta de todas as minorias, e desejo a garantia de direitos iguais a cada uma delas, mas enquanto não chegarmos a conclusão que as pessoas têm direito à liberdade, e que a liberdade de pensamento (inclusive de ter preconceito, sem nunca haver maus-tratos, como nossa Lei já determina) é das mais importantes pra o desenvolvimento de um indivíduo e da sociedade, não nos orgulharemos de ser livres. Cada dia, cada minoria que se une em busca de seus direitos (o que é mais que válido e necessário) deixa um rastro de imposições sociais que não são válidas, por exemplo: não pode falar homossexualismo, tem que ser homossexualidade; não pode chamar de deficiente, tem que ser especial (durante meus anos de curso de psicologia, o termo mudou umas 4 vezes, eu não consegui acompanhar. Tinha uma professora, que tinha uma carinho enorme pelas crianças com Sindrome de Down, com quem ela trabalhava, e ela os chamava de saquinhos de batata... Mas esse não é o termo!); não é preto, não é negro, é afro-descendente. E eu, branca como uma papel, fui excluída de uma conversa com o grupo negro da universidade de brasília por ser da minha cor. As mesma perguntas que eu fiz foram respondidas quando um colega negro perguntou. E foi nesse momento que eu tive consciência de cor, até aquele dia só sabia que o Pelé era negro! rs; Não pode falar drogado, ou viciado, tem que ser drogadícto ou alcoólico. E cada uma dessas imposições, só fecham o espaço pra discussão real, o que de fato, faria diferença na qualidade de vida de todos nós.
Fala sério, isso é só BBB...
Carol

:: Consuelo :: disse...

Tentarei ser breve. Seja BBB ou qq outro assunto, posso não concordar com o que a pessoa fala, mas defenderei o direito de ela pensar o que bem entender. Isso é respeitar, não é?

Saulo disse...

A pessoa pode pensar o que bem entender, o problema é quando ela verbaliza. Todo mundo deve ser livre para se expressar, mas deve se responsabilizar pelas coisas que diz. Por isso, existem crimes como calúnia, perjúrio e difamação.

Há três passos para o avanço da democracia. O primeiro é a liberdade, que todo mundo diz. O segundo é a igualdade. E o último é a fraternidade, o mais dificil de ser alcançado e o mais rico desses valores.

Mais importante do que a liberdade de opinião é a pessoa conseguir se colocar no lugar do outro e COMPREENDER as diferenças. E isso vale para todo mundo. Isso é a fraternidade.

De vez em quando, eu bisbilhoto o fórum do uol sobre o BBB e fico chocado. Muitos da torcida do Dourado ficam falando que os gays da casa são heterofóbicos, condenando o Dicésar porque ele tem medo de ir em show de Rock.

Heterofobia não existe. Ninguém tem aversão a heteros, hoje em dia. Primeiro, porque heteros são a maioria da sociedade, inclusive os nossos pais são heteros. Segundo, porque não há nenhuma forma de discriminação explícita contra hetero. Tipo, alguém proibir hetero de se beijar em bares ou restaurantes. Pais tratarem os filhos mal porque são heteros. Uma pessoa não ser contratada para algum trabalho por ser hetero. O mesmo é válido para quem gosta de rock.

Todo mundo tem preconceitos. O problema é quando você não está disposto a vencê-los e quando você deixa de respeitar as pessoas por conta deles. Aí, eu volto no que eu estava dizendo sobre fraternidade. As pessoas devem parar de olhar só para o próprio umbigo e tentar se colocar no lugar dos outros, para tomar atitudes e para aprimorar as suas opiniões.

É por isso que eu gosto tanto do filme "A Fraternidade é Vermelha". Trata exatamente disso.

:: Consuelo :: disse...

Concordo com vc, Saulo, mas diria que, aqueles que verbalizam o pensamento que quiserem são responsáveis, como bem disse e no caso, passíveis de punição.
Hetero não sofre preconceito por isso, mas sofre se é negro, se é loiro, se é pobre, se é baixinho, se é gordo, se é careca, se gosta de axé, pagode e demais etecéteras. O tema é muuuuito complexo.

Anonymous disse...

Achei o texto muito apropriado para discussão. Parabéns por trazer o assunto a tona.

join disse...

Também concordo com o Saulo. Como eu falei, a liberdade deve existir com o limite da Lei. Expressar preconceito, num ambiente seguro, é FUNDAMENTAL para o crescimento individual. Sobre o assunto AIDS, fiz uma matéria de psicologia sobre o tema, e me senti em liberdade de falar tudo o que eu pensava sobre a doença. Choquei um pouco o resto da turma, mas abri o espaço para esclarecimentos e entendimento, tanto meu quanto dos outros. Muitos dos meus preconceitos foram por terra, graças a liberdade que tive de colocá-los na roda de discussão. Apesar de ter chocado a turma, ninguém me chamou de preconceituosa, ninguém colocou um rótulo e fechou o espaço pra conversa. E foi assim que se deu minha compreensão sobre o assunto. E se tivessem virado a cara pra mim, me chamado de preconceituosa, ignorado minha questões? Eu teria continuado na aula, teria aprendido algo, teria continuado aberta à mudança de opinião? Digo que teria ficado da defensiva e só isso já fecharia o espaço pra mudança.
Esse lugar seguro tem que ser em todo lugar! Expressar o preconceito em palavras, é fundamental. Fingir politicamente correto é muito fácil, e não abre espaço pra mudanças reais.
O que sou contra mesmo é agir em favor do preconceito. Não contratar alguém por ser branco, negro, azual, homossexual, pobre, rico, ter uma doença ou uma deficiência, destratar uma pessoa por algum motivo é errado, e está previsto em Lei, se não está, deveria. Pensar e verbalizar o preconceito, só pode trazer beneficíos, se os 2 lados tiverem dispostos a dialogar de fato!
Carol

lili cheveux de feu disse...

E Join, Carol, qual a sua opinião sobre o o assunto AIDS??? Não quer mandar um texto pra gente falando sobre o seu assunto??? ;)

lilicheveuxdefeu@yahoo.com.br

dita, o blog do marido já está nos links da coluna lateral.

join disse...

Ah, tenho vergonha alheia de parte da torcida do Dourado. Tem gente muito doida, viajando forte. Gente que deveria ver os erros dele e torcer pra que ele mude, como ele vem mudando (o processo é lento, mas acho que ele tá mudando sim). na verdade eleva ao cubo o preconceito que o Dourado demonstra ter e ainda justifica da forma mais torta e feia possível. Vergonha alheia!!!
Desculpa escrever tanto...
carol

join disse...

Lili, vou madar então! Eba!!!
Mas já vou avisando, não consigo escrever pouco sobre esses assuntos.. Política, vegetarianismo, sociedade, e etc. Tudo isso me mobiliza demais e por isso falo demais!
Eu sou a Carol, só entrei com o Join, pq é meu perfil do google, meu blog, que tá parado há mil anos! Eu tô pensando em ressucitá-lo!

Saulo disse...

Carol,

Pior foi eu que escrevi um texto enorme. Se deixar, eu fico um dia inteiro conversando sobre isso.