não, não tem problema, pode tirar o sapato.

(senta aí. tem coca na geladeira e cuca de quechimia no forno)

terça-feira, 26 de setembro de 2006

O show do Loser Manos...

...foi fantástico. Completamente inesquecível! Casa [e que casa linda!] lotada de um modo que, se alguém tirasse o pé do chão, perdia o lugar. E por que a gente sempre tem a impressão de que o único cabeçudo do baile é justamente aquele que está plantado na sua frente? [não é de você que eu estou falando Cleber, hehe]
Além dos cabeçudos tinha um bando de pirralhos estranhos que anteciparam “o vento vai dizer lento o que virá” enquanto o Rodrigo Amarante fazia o seu solo de guitarra, mudo como devia ser, para só então cantar o seu correto “vou pensar...”.
No meio do Carnaval – sem muita serpentina, nem eu entendi - resolvemos mudar de ares por que ali estava impossível de respirar oxigênio. Tinha maconha, sovaco, cigarro, mas oxigênio nunca. Fomos para uma das laterais do palco, cara a cara com os moços e tinha até espaço pra dançar, povinho besta. Um pouquinho que fiquei ali, há uns dois metros de distância do Amarante cantando Condicional, já pude vê-lo se jogando de costas pra cima na platéia, tocando guitarra, num delírio. Comecei a rir extasiada e a chorar de alegria por que, poxa, como eles conseguiam levar mais de 3000 pessoas a um estado de felicidade tão extrema? Eu acredito e espero que todos ali tenham se sentido da mesma maneira que eu me senti naquele momento. Parecia que o riso não cabia mais na boca, e parecia que ele, a figura do artista, também compartilhava daquela felicidade. Por estar fazendo o que gosta, e estar se mostrando pra gente que gosta do que ele faz, por estar tocando sua música e tocando as pessoas! Talvez um pouco do choro tenha vindo por pensar, num estalo, “poxa, será que algum dia eu consigo emanar tanta alegria assim no meu palco?”. Meu palco é outro, mais difícil de subir, mais complicado de se manter, quase impossível de atingir tanta gente simultaneamente... Mas ali mesmo, naquele surto do moço barbudo, me prometi que um dia ainda trocarei de papel com eles: eu lá em cima e eles aqui embaixo. Se a gente tem que se propor desafios e desenhar objetivos, então aí está o meu. Este é o meu plano.


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